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Channel: Ricardo Lima – O Insurgente
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DesNorteados

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Fui, desde que me conheço politicamente, um regionalista. A história, a tradição e os exemplos práticos mutaram gradualmente o que é a minha visão do poder local. Trocar o centralismo do Paço pelo dos Aliados não é sensato, muito menos eficiente. Servirá certamente para alimentar o populismo de tiranetes locais e diminuír o desemprego da classe de inúteis que assobra as  concelhias de certos partidos. Dito isto e tendo em mente que a solução passará por reforçar o papel dos municípios e das freguesias – como o André Azevedo Alves tem vindo a apontar – isso não me impede de crer que o Norte necessita de um líder forte – ou de vários.

No que toca a força, não me refiro a um baronete regional ou a personalidades  cuja carreira – em altos cargos sem que daí algum mérito se retire – os deixou tão desfazados das problemáticas das respectivas localidades que a sua única utilizadade seria a importação do famigerados “modernismos” de Lisboa ou de Bruxelas. Refiro-me aos que não se venderam aos confortos de um ministério e cujo percurso os transformou em líderes naturais, dispensando os números teatrais de quem agora “se põe a jeito”. Rui Moreira pode e deve ser um desses líderes.

Vem da sociedade civil, é – ao contrário do líder do PSD Gaia – verdadeiramente suprapartidário, reúne um currículo de trabalho eficaz e de intervenções sensatas e, sobretudo, sabe, ao que parece, fazer-se rodear por quem é entendido no assunto. Também não duvido que, além de simpatizantes que vão da esquerda à direita, recolha o vital apoio daquilo que foi o círculo de Rio e, quiçá, até mesmo do próprio. Mas todos temos convivido com casos promissores que depressa se transformam em flops.

A vencer –e não será fácil – Rui Moreira terá de enfrentar a capital, sem cair no típico populismo local. O desafio de defender os interesses regionais em oposição à tecnocracia deste Ministério das Finanças não é pêra doce. E em casa, os lobbies do norte, famintos por obra, apoios e apadrinhamentos não largarão armas.

O Presidente da Associação Comercial do Porto pode, em coligação de interesses com os municípios da Região, afinar as políticas que dinamizem a mesma e apaguem as imensas desigualdades a nível nacional. Pode, em aliança com as populações e a sociedade civil, exercer a pressão necessária sobre o Estado Central, a fim de uma reforma que assente numa devolução de poderes, que permita o exercício das tais políticas. E pode assim servir de exemplo ao país e a regiões que estão tão ou mais asfixiadas pela pesada pata dos burocratas de Lisboa.

Poder pode, aguardemos para ver se o fará. Senão o fizer, corremos o risco de ver o Porto transformado na Feira Popular de Menezes e o cidadão comum  pagando portagens na VCI, para ir da Arca de Água ao Norteshopping. Mas em todo este debate, outra questão permanece longe dos cabeçalhos. O que reserva o destino a Rui Rio ?


Filed under: Diversos, Media, Política, Política Fiscal, Portugal, socialismo

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